quinta-feira, 14 de julho de 2011

… A adoração que fazemos

A música que ouvimos, a adoração que fazemos

Quando cristãos discutem sobre música, geralmente é para falar (mal) de um ritmo ou para falar de um determinado cantor, banda ou ministério que gostamos ou deixamos de gostar. Raramente nos reunimos para discutir sobre o que a música realmente é, e o qual o impacto dela em nossa vida cristã.
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Um consequência de tal fato é inexperiência de muitos irmãos quando o assunto é música. Alguns defendem que qualquer música pode ser ouvida, desde que você não se deixe envolver por ela. Outros já defendem que há certos tipos de música que não devem ser ouvidos por um cristão. Quem está certo? Essa artigo visa elucidar alguns fatos sobre o assunto.
Em primeiro lugar, temos que entender alguns conceitos:
  • música = ritmo + letra + melodia.
  • música é uma forma de adoração.
Tendo tais fatos em consideração, podemos agora então pensar acerca das músicas que ouvimos e a quem adoramos com elas. É importante ressaltar que embora a música seja (de forma simplificada) uma soma de ritmo, letra e melodia, quem ditará a adoração será a letra. É possível que o mesmo ritmo ou melodia seja usado para adorar à Deus e ao diabo ao mesmo tempo. Uma prova disso está no fato de que os mesmo ritmo que originou o ritmo de adoração, tão difundido hoje nas igrejas, provém de um ritmo chamado spirituals, que desenvolvido pelos escravos africanos nos EUA, mesclava cantos cristãos com cantos de adoração aos deuses africanos. O mesmo pode ser dito de diversos outros ritmos. Mas esse artigo não se presta a dizer se existe ritmo santo ou não.
Continuando, uma vez vi um irmão de igreja indicando uma banda satanista à outro irmão. Segundo ele, tal irmão deveria ouvir tal banda, porque ela era muito “louca”. E realmente ela era muito louca. Suas letras afrontam descaradamente o Deus Verdadeiro e tal ação, como sabemos, é loucura. O que leva então uma pessoa cristã a não só ouvir, como também indicar para outros cristãos, bandas satanistas?
A resposta é desconhecimento ou conhecimento superficial do que a música realmente é e o que ela representa para o cristão. Como sabemos a música é uma forma de adoração. Logo, se uma música não se presta a adorar ao Deus Altíssimo então ela adora a satanás, seja de forma direta, como no caso das músicas de bandas satanistas, ou de forma indireta, como nas músicas com apologia à prostituição, violência, egocentrismo, etc.
Ninguém pode ter dois senhores (Mateus 6.24). Logo, ou você adora à Deus ou adora a satanás. Um cristão que ouve música secular deve ter muito cuidado com isso. Não são todas as músicas seculares que se constituem em adoração ao diabo. Algumas também são críticas a coisas que acontecem na sociedade. Porém, a partir do momento que uma música passa a enaltecer algo, deve se ter cuidado com a mesma.
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Toda honra, toda glória e todo louvor se devem apenas à Deus. Se uma música presta louvor, honra e glória a alguém diferente de Deus, o cristão deve evitar ouvir tal música.
Quanto às músicas de crítica, o cuidado deve ser de verificar para quem é a crítica. Uma vez conversando com um irmão acerca do porquê dele ouvir bandas satanistas, ele me disse que era por causa da crítica que as mesmas fazem à igreja. Eu pessoalmente não discordo de críticas à igreja, ainda mais pelo que tenho visto acontecendo no cristianismo ultimamente (humm, assunto para outro artigo). Porém, criticar a igreja e afrontar Deus são coisas totalmente diferentes e é tal diferença que, comumente, as bandas satanistas não entendem. Bandas como Épica, Nightwish e Kamelot, por exemplo, fazem duras críticas ao cristianismo atual, porém, o fazem de forma a afrontar a Deus. Veja o seguinte trecho da música Never Enough da Épica:
“Everlasting greed, would you, please, set me free? Fulfil all my needs and make me complete”
“Cobiça eterna você poderia, por favor, libertar-me? Satisfaça todas as minhas necessidades e faça-me completo”
Quem tem cobiça eterna? Deus? Não, o diabo. Então, note que a cantora está pedindo para o diabo a libertar, para satisfazê-la e fazê-la completa. O diabo não pode libertar, satisfazer e nem completar ninguém. Ele veio para matar, roubar e destruir (João 10.10). O que a cantora então pretende? Passar a mensagem de que satanás é bonzinho e que ele pode nos ajudar. Entende agora, caro leitor, a mensagem satanista intrínseca a tal música?
Um cristão que escuta, canta e ainda indica para outros cristãos tal coisa deve começar a se preocupar com sua vida cristã, pois se ele concorda com absurdos como esses, ele precisa urgentemente rever sua posição como cristão.
O mesmo vale para as demais bandas satanistas (o próprio nome satanista já indica cuidado) e outros ritmos ou estilos de músicas. Muito se fala sobre rock, hard metal, death metal, * metal. Pouco (e algumas vezes, nada) se fala sobre sertanejo, rap, pagode, funk, etc. Porém, o mesmo censo crítico usado para avaliar rock (e suas variantes), deve ser usado também para avaliar outros ritmos, pois há músicas inconvenientes aos cristãos em todos os ritmos, inclusive aqueles que falam sobre “amor”.
Lembre-se o mundo não sabe o que é amor. Geralmente quando uma música secular se refere a amor, ela na verdade está se referindo à sexo ou paixão. Nenhum dos dois é condenado pelo cristianismo, porém, o uso indevido é. Cantar enaltecendo o sexo, as relações humanas ou um determinado gênero (geralmente o feminino), se constitui em pecado: toda honra, toda glória e todo louvor devem ser dados à Deus, não aos nossos sentimentos (que são inconstantes para variar) ou à pessoa que amamos (namorada(o), esposa, marido, etc). Muitos aqui poderão pensar sobre o livro de Cantares. Pois bem, tem uma pequena diferença entre o livro de Cantares e as músicas de “amor” cantadas pelo mundo afora: o livro de Cantares fala sobre as relações humanas sob a ótica divina, ou seja, o amor verdadeiro, enquanto que a maioria dessas músicas (não vou dizer todas porque isso seria exagero) falam de sexo e paixão. Veja o trecho da música Fada, de Victor e Leo:
“Fada.., fada querida
Dona… da minha vida”
eagoraNote que o cantor diz que uma outra pessoa é quem comanda, é dona de sua vida. Não tem nada de errado com isso, para um não cristão. Para os cristãos, quem comanda suas vidas é Deus e apenas Ele. Morremos para o mundo e damos nossas vidas à Deus quando aceitamos o sacrifício de Cristo na cruz e publicamente, declaramos que queremos viver para Cristo. Não faz sentido e é incorreto dizer que outra pessoa é dona de nossas vidas. Se um cristão acha que ouvir uma música desse tipo, que contaria a base de nossa fé, não o afeta, o convido a examinar as Sagradas Escrituras e verificar se ele está certo nisso. Quer declarar seus sentimentos para alguém de maneira cristã? Leia o livro de Cantares que você aprenderá.
Para encerrar, ressalto que um cristão deve tomar cuidado com o que ouve, visto que música também é adoração. Um cristão não deve adorar outro ser além de Deus. Um cristão deve aprender a criticar sem afrontar e não deve concordar com afrontas à Deus. Um cristão não deve mentir acerca de sua vida. Não deve profanar Aquele que o salvou. Sendo assim, se você ouve alguma música que se encaixa no perfil das que apresentei aqui, aconselho a você que pare de ouvir tal música. Não importa o quão você goste dela ou o motivo para ouvi-la. Apenas deixe de ouvir. Lembre-se que aquele que deseja ser amigo do mundo constitui-se em inimigo de Deus (Tiago 4.4b) e que embora todas as coisas nos sejam lícitas, nem todas convém fazer, pois nem todas edificam (1ª Coríntios 10.23).
Espero ter contribuído para o seu crescimento espiritual, querido irmão/irmã. Que a Graça e a Paz do Senhor Jesus Cristo esteja convosco.
Em Cristo,
Johnatas

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