“…e por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos.” (Ez 37:1)
Ah, como é preciosa esta passagem do livro de Ezequiel!
Ezequiel era um profeta e pertencia a família sacerdotal e quando escreveu seu livro, estava exilado na Babilônia, devido as reviravoltas internacionais da época. Uma série de guerras envolvendo os “políticos” mais influentes do período acabaram por “destruir” Jerusalém.
A Ezequiel coube a difícil tarefa de profetizar e anunciar as palavras do juízo divino à Jerusalém e aos demais exilados, o que causava dor e desconforto a quem ouvia. Durante os primeiros capítulos deste livro, lemos passagens simbólicas a respeito da situação, mas houve mudança…
Após ter sido informado pelo Senhor do fim certo que Jerusalém estava prestes a experimentar, Ezequiel passava a receber palavras consoladoras e de esperança para Jerusalém. Havia reavivamento, restauração, transformação, e é neste contexto que a visão do vale de ossos secos descrita por Ezequiel se encontra.
Nos dois primeiros versos do capítulo 37, lemos que ele foi conduzido a um vale repleto de ossos secos pelo próprio Espírito do Senhor e lá permaneceu por alguns dias. Muitas vezes, assim como Ezequiel,somos conduzidos a uma situação de extremo desconforto como um vale de ossos secos, mas tal experiência muitas vezes é necessária, seja por conseqüência das nossas próprias ações ou mesmo para um período de aprendizado.
Claro que Ezequiel não teve esta visão por conseqüência de seus atos, mas sim como um profeta, que deveria emitir uma mensagem ao povo de Deus. Contudo, podemos criar uma alegoria para relacionar esta passagem com a nossa própria vida.
No versículo 3, o espírito do Senhor pergunta a Ezequiel: “Filho do homem, estes ossos poderão tornar a viver?” Vejo este questionamento como um confronto da parte de Deus ao individuo que passa por uma situação adversa. As vezes, passamos por circunstâncias que aos nossos olhos não tem solução, já estão finalizadas, como no caso de ossos secos. Um vale de ossos secos, como a própria expressão sugere, nos refere a um estado de sequidão, morte, solidão, lágrimas e certamente angústia. Mas cabe a nós reconhecer a soberania de Deus, assim como Ezequiel fez respondendo a pergunta da seguinte maneira: “Ó Soberano SENHOR, só tu o sabes”.
A partir deste reconhecimento nos retrata esperança no Senhor, Ezequiel recebe uma ordem: “Profetize a estes ossos e diga-lhes: Ossos secos, ouçam a palavra do SENHOR! Assim diz o Soberano, o SENHOR, a estes ossos: Farei um espírito entrar em vocês, e vocês terão vida. Porei tendões em vocês e farei aparecer carne sobre vocês e os cobrirei com pele; porei um espírito em vocês, e vocês terão vida. Então vocês saberão que eu sou o SENHOR.” (Ez 37:4-6)
Aleluia!!!! Que tremendo isso!
Há algumas particularidades neste trecho. Tendões, carne, pele e espírito, comumente são relacionados com a ilustração dos quatro elementos descritos por Ezequiel no capítulo 1 do verso 5 à 14, mas gostaria de fazer algumas observações no sentido “natural“ referente aos tendões, carne, pele e espírito mencionados.
Os tendões são responsáveis por ligar um osso ao outro. São eles que de certa forma permitem que tenhamos esta estrutura regular e interligada constituída de ossos. Os tendões permitem a união. Os ossos estavam todos separados, desconexos, e com o auxílio dos tendões, eles começaram a se unir. Acredito que o tendão é a união entre o homem e Deus. Esta união é extremamente necessária para que todo o processo se inicie.
A carne, enquanto seres humanos, nos permite o movimento, uma vez que é através dos músculos contraindo e descontraindo nos permite movimentar. Se os seres humanos e determinados animais não tivessem carne / músculos, não seria possível movimentar. Por sua vez o movimento nos remete a deslocamento, o que torna possível um rompimento de etapas, ou seja, evolução em nosso relacionamento com Deus. Romper em fé!
A nossa pele é a nossa proteção. O que separa nosso interior do exterior, desta forma, através da pele, estaríamos protegidos, separados deste mundo tenebroso.
Finalmente, temos o espírito, que significa Deus em nós, a própria vida!
Prosseguindo no texto, lemos no versículo 7 que Ezequiel obedeceu a ordem e profetizou sobre os ossos. “Enquanto profetizava, houve um barulho, um som de chocalho…” (Ez 37:7) som… barulho.. o que poderia ser se não a manifesta presença de Deus naquele lugar?
E assim como Ezequiel profetizava, foi feito: “e os ossos se juntaram, osso com osso. Olhei, e os ossos foram cobertos de tendões e de carne, e depois de pele; mas não havia espírito neles”. (Ez 37:7-8) faltava o espírito. Uma estrutura tinha se formado, mas não possuía vida. Muitas vezes, podemos aparentemente viver situações confortáveis, normais, felizes, mas tudo isso não passar de aparências. Sem a vida e direção do espírito, não vamos nos mover, romper, vencer…
“A seguir ele me disse: ‘Profetize o espírito; profetize, filho do homem, e diga-lhe: Assim diz o Soberano, o SENHOR: Venha desde os quatro ventos, ó espírito, e sopre dentro destes mortos, para que vivam’. Profetizei conforme a ordem recebida, e o espírito entrou neles; eles receberam vida e se puseram em pé. Era um exército enorme!” (Ez 37:9 e 10). Enorme… grande… assim como o nosso Deus!
Ah, como isso é maravilhoso! Deus age. Ele intervem em nossa história!
Uma situação que aparentemente não tinha mais solução foi transformada por completo! Há esperança! Esta foi à mensagem transmitida por Ezequiel aos seus companheiros de exílio. Esta também é a mensagem de Deus para nós: Há esperança! Há esperança! Há esperança!
Por mais que pareça impossível, é possível!
http://dialogosdeontem.wordpress.com/2008/05/23/vale-de-ossos-secos/
Quando a dor é maior do que podemos suportar, o amor se torna o melhor caminho para a cura... Aqui você vai encontrar mensagens e testemunho de uma mãe que escolheu o amor para se curar da dor de uma grande perda: seu filho, sua nora e sua pequena neta...
quinta-feira, 15 de julho de 2010
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