sábado, 13 de julho de 2013

JONAS – O PROFETA QUE FUGIU DO CHAMADO

E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até a minha presença. Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do SENHOR para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir  com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR.” (Jonas 1.1-3)

Algumas características negativas marcam a jornada do profeta Jonas. A primeira foi achar que era capaz de fazer o seu próprio destino. Às vezes, a fuga se faz de nossa auto-suficiência, nossa vontade se sobrepondo à vontade de Deus. Deus havia dado uma clara ordenança para o profeta, no entanto, ele decidiu não fazer aquilo que Deus o mandou fazer.
Quantas vezes queremos fazer um projeto e só pedimos para Deus assinar embaixo? Dizemos que estamos fazendo algo de bom e nem consultamos se Ele quer que façamos aquilo. O melhor lugar que existe é no centro da vontade de Deus e foi justamente desse lugar que Jonas fugiu.
Deus nos criou com um propósito específico e o que Ele nos designou fazer Ele não quer que ninguém mais faça. Mas nós nos esquecemos desses princípios e simplesmente queremos ser outra pessoa. Não há nada de errado em se inspirar em alguém, o problema é quando abdicamos daquilo que é nosso para viver a ilusão de sermos outra pessoa.
O que talvez não percebemos a tempo é que Ele vai nos reconduzir para cumprir a sua vontade, no caso de Jonas foi da pior maneira possível, ele lançou uma tempestade no navio em que estava e no final de tudo acabou sendo lançado ao mar e engolido por um peixe. Após três dias o peixe o vomitou aonde Deus o havia designado estar desde o começo. Saiba então que DEUS VAI FAZER A VONTADE DELE NA SUA VIDA, QUEIRA VOCÊ OU NÃO, AGORA SÓ DEPENDE DE VOCÊ COMO ISSO SERÁ FEITO.
No ventre do peixe ele orou a Deus e o Pai eterno lhe deu uma nova chance. Ele então proclamou a destruição da cidade de Nínive durante todo o dia. Como fruto da sua obediência o povo se arrependeu, do mais pobre ao rei buscaram o jejum, o arrependimento e o Senhor resolveu poupar a cidade. Veja a diferença que podemos fazer quando somos submissos ao nosso chamado. No entanto, se continuarmos lendo o livro, veremos que Jonas não ficou satisfeito com o produto do seu trabalho.
No fim do livro é revelado o motivo pelo qual ele havia fugido de Deus:
“E orou ao SENHOR, e disse: Ah! SENHOR! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra?
Por isso é que me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.
Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida, porque  melhor me é morrer do que viver.” (Jonas 4.2-3)
Perceba que ele tentou fugir não por medo ou preguiça, mas por que não queria que a sua mensagem salvasse aquela cidade. Ele odiava Nínive, pois era um povo pagão, idólatra, cruel e impiedoso. Ele não queria dar a oportunidade para que eles experimentassem arrependimento e mudança de vida.
Acreditou que seria possível serem condenados e destruídos por Deus se não tivessem essa oportunidade por meio da vida deles.
É isso mesmo, muitas vezes fugimos de nosso chamado não só por egoísmo, mas porque não queremos que outros sejam abençoados por nós, cremos que determinadas pessoas não merecem o perdão de Deus e sua graça salvadora. Pecaram de forma incorrigível, não são dignos desse acesso.
Precisamos repensar nossa ação ministerial e entender que somos canais e que o mesmo trabalho que Deus teve para nos criar e abençoar Ele também teve com essas pessoas. Se pensarmos em merecimento certamente nenhum de nós jamais teria acesso a esse benefício.
Ao final de sua história Jonas ainda receberia uma grande lição de Deus: “E fez o SENHOR Deus nascer uma aboboreira, e ela subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu enfado; e Jonas se alegrou em extremo por causa da aboboreira.
Mas Deus enviou um verme, no dia seguinte ao subir da alva, o qual feriu a aboboreira, e esta se secou.
E aconteceu que, aparecendo o sol, Deus mandou um vento calmoso oriental, e o sol feriu a cabeça de Jonas; e ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: Melhor me é morrer do que viver.
Então disse Deus a Jonas: Fazes bem que assim te ires por causa da aboboreira? E ele disse: Faço bem que me revolte até à morte.
E disse o SENHOR: Tiveste tu compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu. E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que estão muitos rebanhos e mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir  entre a sua mão direita e a sua mão esquerda?” (Jonas 4.6-11)
Deus fez uma planta que trouxe o benefício da sombra para o profeta, mas durante a noite Ele a destruiu, Jonas então ficou indignado e compadecido da planta. Sendo assim, Deus mostrou a ele que Sua compaixão ia além das coisas e se estendia  às pessoas. Jonas dava mais valor às coisas que lhe traziam algo do que àquelas pessoas perdidas.

O livro termina com uma pergunta de Deus sem resposta. Não por erro gráfico, mas por que certamente essa é uma pergunta que serve para cada um de nós responder hoje. Parafraseando: “Vocês tem compaixão das coisas, por que Eu não posso ter compaixão das pessoas?” Não fuja de responder essa pergunta hoje.

OS FUGITIVOS - Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha